sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Mais um ano letivo iniciou...



         A rotina de muitos estudantes  mudou. Um novo fôlego para o trabalho letivo se faz necessário, tanto para os alunos quanto para os professores. Novos projetos, planejamentos e propostas já foram discutidos pelos docentes na Jornada Pedagógica, resta agora conhecer sua clientela e aplicá-los!

         Mas, antes temos que pensar que a escola sempre muda a cada ano que passa: alunos novos chegam assim como novos professores e todos esperam ser acolhidos no novo espaço escolar com a expectativa de encontrar uma escola nova. Segundo Prof Moran, professor de Comunicação da USP, uma escola é nova “quando tem educadores, materiais, atividades e ambientes de aprendizagem - físicos e virtuais - acolhedores, estimulantes e desafiadores para os alunos; projetos colaborativos, onde os alunos aprendem juntos, realizam atividades em ritmos e tempos diferentes. Os professores descem do pedestal e desempenham fundamentalmente o papel de orientadores. Saem do centro, do estrado, da lousa para circular, orientando os alunos individualmente e em pequenos grupos nas atividades de pesquisa, análise, apresentação, contextualização e síntese, de forma semipresencial. Escola que estimula múltiplas leituras de múltiplos textos de múltiplas formas: impressos, digitais, multimídia; simples e complexos; com histórias e conceitos.”                           
          Enfim, a escola que o professor sempre sonhou, mas que na realidade do nosso sistema educacional, falta muito ainda para se tornar realidade...
         Esta mesma reflexão sobre a fala do Prof. Moran, foi dita pelo palestrante Gabriel Perissé, na abertura da Jornada 2012. Vencer os obstáculos, que impeçam que essa aprendizagem seja acolhedora é estimulante e será o grande desafio!
Após encerramento de sua participação, Gabriel Perissé, conversou com  o coordenador Carlos César que registrou esse encontro em forma de entrevista. Entre uma pergunta e outra, e depois de tecer elogios ao doutor palestrante, Carlos César mencionou uma passagem da fala do Perissé, qual comparava Idade Média a Idade Mídia. O doutor em Filosofia de Educação assim em forma suscita deixou resgistrado:
“As trevas da Idade Mídia são as trevas do nosso vazio comunicativo. Fala-se muito e diz-se pouco. Transmite-se muito e orienta-se pouco. Informa-se muito e ensina-se pouco. Nada de catastrofismos, mas basta entrar num desses chats chatos da Internet para sentir que não se tem muito a conversar. Basta ligar a Tv para ouvir ratinhos e leões, louras e muvucas, pagodes e pacotes, gugus e xuxas disputando nossa falta do que fazer. Basta entrar numa livraria para sentir-se necessitado de ajuda, e ter como única saída: a auto-ajuda”.
Para Finalizar, Carlos César, pediu ao nosso ilustre uma mensagem para os professores. E ele assim deixou mais uma reflexão:
"Numa sociedade que começa a corromper-se", dizia Octavio Paz, "a primeira coisa que apodrece é a linguagem". E, com efeito, tendo ao alcance todos os rapidíssimos e amplíssimos instrumentos de comunicação, nem sempre dispomos da palavra certa, da palavra contundente, da palavra coerente e, sobretudo, da palavra verdadeira. No horário político, nos púlpitos esotéricos, no telejornal assintático, nas revistas super-superficiais, nas telenovelas que sai de baixo!, ouvimos tanto, e de tanto tão pouco fica.

Sobre o autor:
Gabriel Perissé (perisse@uol.com.br), carioca, Mestre em Literatura Brasileira pela USP, é professor universitário, coordenador-geral da ong literária PROJETO LITERÁRIO MOSAICO (www.escoladeescritores.org.br), criador e apresentador do programa de TV LER, PENSAR E ESCREVER, autor de um livro com este mesmo título (www.arteciencia.com.br/referencia/lerpensar2.htm), e autor de dicas gramaticais e etimológicas para o ZAZ (www.zaz.com.br/vestibular).